Pernambuco tem o desafio de melhorar a aprendizagem dos estudantes

O atual cenário educacional de Pernambuco e do País e os desafios que os próximos governantes terão foram temas debatidos num evento, na noite desta quarta-feira (06), promovido por empresários do Estado.

O Movimento Atitude Pernambuco, formado por 26 empresários locais, convidou o Todos pela Educação para falar sobre o presente e o futuro da educação brasileira. O encontro foi realizado no auditório do JCPM Trade Center, no Pina, Zona Sul do Recife.

Pernambuco tem cerca de 2,2 milhões de alunos na educação básica. O Estado tem o terceiro maior Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), indicador de qualidade aferido pelo MEC, no ensino médio.

A média do Estado é 4.4. Acima dele estão Goiás, com 4,7, e Espírito Santo, com 4,6. No País o Ideb é 3,9. Os dados são de 2019.

Mas a boa colocação no Ideb não resulta em bons índices de aprendizagem em Pernambuco: somente 38% dos concluintes do ensino médio aprenderam o adequado em português e 10% em matemática.

“Pernambuco tem tudo para se tornar uma grande referência na educação do Brasil e da América Latina. Dá para chegar em 10 ou 12 anos. Dá para fazer muito mais e dá para sonhar alto. Mas tem que melhorar os indicadores de aprendizagem. Também continuar com a educação integral no ensino médio e o programa Criança Alfabetizada”, ressaltou a presidente executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz.

Entre as ações que ela elencou para o futuro estão foco na primeira infância, no ensino integral para os anos finais do ensino fundamental e em investimentos na carreira docente.

Ensino fundamental

O presidente do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE) e ex-presidente da Phillips na América Latina, Marcos Magalhães, também participou do debate.

Ele concorda com a necessidade de ampliar a oferta de modelo integral para o ensino fundamental. E defende apoio do Estado para que as gestões municipais façam isso.

“O atendimento para ensino médio está cumprido, Pernambuco praticamente universalizou o acesso. Agora o passo seguinte é apoio aos municípios. As prefeituras precisam de ajuda na gestão, na metodologia e principalmente para implementar escolas integrais nos anos finais do ensino fundamental, sem esquecer a primeira infância”, observou Marcos Magalhães.

A oferta de ensino integral no ensino médio começou na rede estadual, de forma experimental, em uma única escola, o Ginásio Pernambucano, que fica na Rua da Aurora, no Centro do Recife, em 2004. Partiu da proposta feita por Marcos Magalhães, que estudou no GP, ao então governador Jarbas Vasconcelos.

Segundo a Secretaria de Educação de Pernambuco, atualmente estudam no ensino médio 319.400 alunos nas escolas estaduais. Desse universo, 67,7% estão em colégios integrais e 32,3% nas escolas regulares. Há 518 unidades com o modelo de ensino integral.

Empresários

“Muito além do desafio de formação de mão de obra para o setor empresarial, a gente enxerga educação como algo que transforma a vida das pessoas. O Atitude Pernambuco faz um acompanhamento permanente das ações do poder público e voluntariamos aos gestores nosso trabalho do Atitude para ajudar a preencher lacunas que eventualmente tenham”, destacou o diretor executivo do Atitude Pernambuco, Guilherme Cavalcanti.

“Assim como fizemos na eleição para prefeito no Recife, em 2020, vamos agora conversar com todos o candidatos ao governo de Pernambuco para entender quais são as propostas deles e colocar algumas posições do Atitude PE em temas como educação, infraestrutura e desenvolvimento econômico. E já oferecer a nossa ajuda para quem vier a ser governador ou governadora do Estado”, complementa. Os encontros com os candidatos devem começar na próxima semana, segundo Guilherme.

Também participou do debate o mestre em Educação Matemática Luciano Meira, co-fundador do Porto Digital.

Fonte: UOL
Imagem: Day Santos / JC IMAGEM